segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Era

A tua distância enfraquece a minha respiração, alucina o meu sofrimento e apazigua qualquer tipo de incerteza.
Esta minha solidão tem os passos rápidos e cumpridos, ultrapassa qualquer perca de olhares, qualquer sorriso predominante criado entre nós e que fazíamos criar a quem para a nossa paz tinha ousadia de olhar.

O teu corpo regenera-se no meu enquanto eu mudo de cor.

Tu anjo…Fazes de Deus um segundo plano e voas acima do paraíso.
Enrouqueço a alma quando descubro que por nós nos deixaste e por ti não nos amaste.
Perco-me numa tão confusa história que é a minha, a nossa.
Tira-me da terra onde estou, rodeada de pessoas, gente, seres e humanos e leva-me para aí...

O meu único segredo é amar-te tanto, sem força para fazer uma junção entre aquilo que somos e aquilo que fomos com a injustiça daquilo que não seremos.
Não sei dos nossos corpos que, outrora juntos, manifestavam através de uma resistência inata uma necessidade constante de se tocarem.

Livre para analisar o mais profundo recanto da nossa intensidade que de inércia morreu e...
...não começou.

Mas não consigo

Junto o meu peito com o teu e descubro um destino que me afoga os olhos com lágrimas de prazer.
Sempre longe de mim,
fugindo de mim,
fugida de ti e desaparecido de nós.